Líder de organização criminosa investigada pela PF tem familiares lotados em gabinetes de deputados estaduais de Pernambuco
Apontado como líder da organização criminosa investigada pela Polícia Federal por contratações na ordem de R$ 40 milhões com a Assembleia Legislativa de Pernambuco, Sebastião Figueiroa Siqueira tinha familiares exercendo cargos comissionados em gabinetes de deputados estaduais da Casa.
Operação "Coffe
Break" mira nessas contratações feitas ao longo de 10 anos pela Assembleia
Legislativa de Pernambuco (Alepe) com quatro empresas já investigadas na
Operação "Casa de Papel" por supostas fraudes em licitação com várias
prefeituras pernambucanas. Nenhum deputado estadual é alvo da operação.
Em coletiva de imprensa, a PF detalhou os "fortes vínculos" entre a organização criminosa e a Alepe. Vários familiares exerceriam cargos comissionados em gabinetes dos deputados estaduais, sendo sobrinhos e cunhado, além da sua própria companheira. Três deles estão lotados no gabinete de Wanderson Florêncio (PSC), um no de Roberta Arraes (PP) e outro no de Joel da Harpa (PP).
Porém, a PF não apontou envolvimento de nenhum parlamentar com o caso. O JC entrou em contato com a presidência da Alepe e aguarda posicionamento oficial da Casa, e também está tentando contato com os deputados citados.
Sebastião e um servidor da Alepe estão sendo indiciados pelos crimes de corrupção, advocacia administrativa e dispensa indevida de licitação. Esse servidor atuava na comissão de pregoeiros e no setor responsável pelos pagamentos e teria pedido propina para favorecer as empresas para serem contratadas nas dispensas de licitação.
O JC entrou em contato com a presidência da Alepe e aguarda posicionamento oficial da Casa, e também está tentando contato com os deputados citados.
Servidores
A partir das investigações, a Polícia Federal identificou proximidade entre Sebastião Figueiroa e servidores da Alepe envolvidos nas atividades administrativas da Casa.
"Por fim, ao analisarmos o celular do Sebastião Figueroa, constatamos diversos diálogos entre eles e funcionários da Assembleia. Dentre esses funcionários chamou a atenção da gente dois funcionários especificamente que demonstraram ter uma certa intimidade com a pessoa que se atribui ser o líder da organização criminosa e esses servidores, que atuavam na área de contratos", afirmou a delegada Andrea Pinho, em coletiva de imprensa realizada na manhã desta quinta-feira (30) para detalhar a operação.
João Pedro Ferreira Belo Dalmas é membro da comissão de pregoeiros e lotado no Superintendência de Planejamento e Gestão (SUPLAG), setor responsável pelos pagamentos de fornecedores da Casa. Ele teria pedido propina para favorecer as empresas para serem contratadas nas dispensas de licitação. A solicitação de vantagem indevida teria sido feita através de um convite para tomar café, o que originou o nome da operação.
Outra servidora com
suspeita de envolvimento é a Superintendente Geral da Alepe, Maria do
Socorro Christiane Vasconcelos Pontual, que também já foi presidente da
Comissão de Licitações, no período de 2015 a 2018. "O cargo dela com o
superintendente geral, ela é basicamente a pessoa responsável por toda a parte
administrativa da Alepe, ou seja, todas as atividades meio da Alepe estão
sujeitas à ela, ou seja, contratação de Departamento Pessoal, pagamento de
fornecedores", explicou a delegada responsável pela operação, Andre
Pinho. Com informações
da repórter Gabriela Carvalho
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